sexta-feira, 27 de julho de 2007

Cuba 1996 - 2ª e ultima parte


Na altura a moeda usada pelos locais era o "peso" que não tinha qualquer valor no mercado
monetário internacional, e, pelos turistas era usado o “peso convertido” que tinha a cotação do dólar americano.
Aos locais não lhes era permitido utilizar o peso convertido, assim como aos turistas não nos era permitido usar o peso local.
Para nós (turistas) isso era indiferente, mas para os locais fazia toda a diferença.
As compras mensais eram efectuadas com “cadernetas” e os artigos racionados, conforme a composição da família e as idades das crianças, quando existiam.
Por exemplo as famílias apenas tinham direito a leite e carne vermelha, quando tinham crianças com menos de 5 anos.
Em todas as compras tinha de ser apresentada a “caderneta” onde eram apontados os produtos já adquiridos, não podendo ultrapassar determinadas quantidades impostas pelo governo.
Comprar artigos sem “caderneta” só mesmo nas lojas direccionadas aos turistas, mas aí, obrigatoriamente tinha de se pagar com peso convertido.
Por isso estas pessoas (homens e mulheres) tentavam desesperadamente obter esta moeda.
No entanto, mesmo obtendo-a, as vezes de modo humilhante, tinham ainda assim, de se humilhar mais para adquirir os produtos, isto porque não lhes era permitido comprar nestas lojas, uma vez que, não lhes era permitido estar na posse da moeda.
Assim, colocavam-se nas imediações, e, quando os turistas se aproximavam, e, que lhes pareciam simpáticos abordavam e pediam que lhes comprassem os produtos que queriam.
De facto humilhante.
Hoje ao que sei, felizmente, isso já não acontece.
Mal a noite cai as ruas enchem-se de luz e musica, todos os hotéis apresentam os seus famosos bailarinos e músicos cubanos.
Salas de espectáculos, bares e discotecas enchem-se de turistas de bolsos cheios, que bebem e riem, que se divertem e desfrutam dos encantos daquela terra.
Nas ruas, filas de mulheres e homens jovens, esperam negociar o seu próprio corpo com um qualquer turista.
Não irão sequer fixar o rosto, nem nunca decorarão o nome, daquele que em troca de alguns momentos de prazer, lhes dará alguns pesos convertidos, que matará a fome e curará as dores de um familiar querido.
Antes de viajar para Cuba, sabia das necessidades do povo, por isso, dentro do que me era permitido, levei aspirinas e outros analgésicos, sabonetes, lápis, esferográficas, cadernos e caramelos.
Durante os meus passeios pelos diversos locais fui distribuindo, em quantidades muito pequenas é verdade, mas se aliviei a dor de cabeça de algumas dezenas de pessoas, ainda que por um dia só, já me sinto feliz.
Num hotel de 5 estrelas de uma famosa cadeia espanhola, estavam avisos nas casas de banho a dizer que era proibido levar os produtos de higiene para fora do hotel.
Não liguei a mínima, todos os dias retirava os sabonetes e demais artigos e levava comigo para rua, distribuía pelas mulheres com as quais me cruzava.
Nunca ninguém ousou chamar-me a atenção, pois se eu utilizava os meus produtos que tinha levado de Portugal, tinha direito a fazer o que queria com aqueles que me pertenciam, por direito, porque os tinha pago junto com a diária do quarto.
Ao pequeno almoço, as mesas estavam compostas por uma jarra de flores e por um aviso “proibido levar comida da sala”, bom aqui, eles tinham razão, eu não devia mesmo tirar nada.
Roubei, confesso que roubei.
Mas eu só comia fruta de manhã, então sentia-me no direito de colocar discretamente na bolsa, os frasquinhos de compotas e manteigas, alguns pãezinhos e biscoitos, que faziam as delícias das crianças que encontrava na praia.
O que não fazemos pelo sorriso de uma criança! que me julguem, pouco me importa.
Para finalizar, não podia deixar de contar uma história triste que me aconteceu.
Em Varadero conhecemos um jovem Cubano no turismo, com quem negociamos todos os nossos passeios (excursões).
Alugámos um carro que ele conduzia e passámos grandes e bons momentos com ele.
Um dia, resolvemos convidá-lo para jantar connosco no restaurante do hotel.
Avisámos que teríamos um convidado e que por isso necessitávamos de uma mesa para três, como os nossos jantares estavam incluídos na diária, informámos também que pagaríamos á parte o jantar do nosso convidado.
Nenhuma questão foi levantada, e, á hora marcada, um Jesus (nome do nosso convidado), entrou na recepção do hotel, após entregar a sua identificação, com uma camisa imaculadamente branca, gel no seu cabelo limpo e negro.
Cumprimentámo-lo e dirigimo-nos á sala de jantar.
Mas o jovem é barrado á entrada e descaradamente proibiram a sua entrada na sala.
Reclamámos, discutimos, exigimos falar com o gerente, ameaçámos, pedimos livro de reclamações, enfim, levantámos um “pé de vento” á portuguesa, mas a verdade é que o nosso amigo não pode jantar connosco no hotel.
Não era permitido, porque não era permitido, porque eram as regras, e porque as regras feitas e ditadas, ninguém sabia por quem, tinham de ser religiosamente cumpridas.
Enquanto ficámos nas discussões com o gerente, o nosso convidado saiu discretamente, sem se despedir, porque não queria para ele próprio retaliações.
Compensámo-lo no dia seguinte e em outros dias, com almoços em restaurantes locais, e, com jantares em casa de habitantes, que serviam lagosta nas suas humildes casas para conseguirem os bem-ditos pesos convertidos.
Claro está, que não deixaram o Jesus entrar no restaurante do hotel, assim como não deixavam entrar qualquer outro cidadão comum do povo, para que não pudessem reclamar da falta de comida nas suas mesas, quando, as mesas dos hotéis estavam repletas das mais variadas e deliciosas iguarias.
Bom, tudo isto, se passava na altura em que visitei este país, é sobre a realidade que vi e vivi que aqui falo.
Hoje sei, que muitas coisas mudaram, para bem ao que parece. Fico feliz por isso, porque aquele povo merece viver melhor.
Um dia, quando voltar a Cuba, sei que posso levar cartões de crédito, sei que os carros circulam mais rápido, porque são modernos.
Talvez as paredes estejam já pintadas, e, não falte sabão para lavar a roupa.
Mas espero também, que as pessoas sejam livres para comprar o que querem e onde querem com o seu dinheiro, e que, existam medicamentos á sua disposição para acalmar as dores de cabeça e/ou de dentes.


Tanto que escrevi e tanto que ficou por dizer!!!
Cuba é um poço inesgotável de sensações e emoções!!!
Adorei Cuba!!!
Quem resiste a uma voltinha nesta preciosidade?

Não era só água de côco não......

Lindo sitio para descansar (jardim do hotel mellia varadero)


Vamos á pesca na Lagoa Del Tesoro?


Ai a brisa do mar.....


Que bom passear na areia branca de Cayo Côco


Tranquilidade nas piscinas naturais...


Só faltava mesmo um cuba-livre na Ilha dos Piratas.....


Fotos tiradas por Joe Santos
Imagem bandeira retirada da Internet

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Cuba - 1996 (1ª Parte)


Em Novembro de 1996 viajei para aquele que se revelou um dos meus destinos favoritos "Cuba".
Não vou aqui falar de lugares turísticos em pormenor, por um lado porque não me lembro de nomes, e, por outro porque para isso, basta irmos a uma agência de viagem e folhear uma das inúmeras revistas de propaganda deste país.
Limitar-me-ei, por isso, a falar dos meus momentos vividos naquelas paragens e também da ideia generalizada com que fiquei do povo Cubano.
Não sou politica, não percebo nem gosto.
Possivelmente não gosto porque não percebo, ou então, não percebo porque não gosto.
Mas chegando a um país de tanta riqueza natural e com grandes cérebros como aquele, e, ver tanta pobreza miserável, deixou-me de facto a pensar, que a politica e os políticos não prestam.
Sim, confesso que até tenho uma certa admiração pela coragem daquele velhote de barbas, que apesar do peso dos anos e das lutas, se tenta manter hirto e firme, comandando o seu barco, que é como quem diz a sua ilha e o seu povo.
A responsabilidade é dele, sem dúvida, mas conseguir manter a paz e tranquilidade num país onde as pessoas têm de se alimentar, não de acordo com a fome, mas sim, de acordo com as ordens do seu “chefe”, é de facto de louvar.
O embargo imposto pelos americanos, contra a política comunista e ditadora de Fidel Castro, bloqueou o desenvolvimento económico e financeiro do país, deixando-o privado de bens essenciais, nomeadamente no que se refere à saúde (medicamentos e equipamentos médicos).
Paradoxo completo, tendo em conta que aqui se “fazem” os melhores médicos do mundo de diversas especialidades.
Todos nós, nos fomos habituando a ver na televisão os longos discursos do velho timoneiro, e, a ver muitos políticos na “plateia” a bocejar e/ou já agraciados pelo sono.
Mas que, 80% da programação da estação televisiva cubana sejam discursos do velho senhor, isso é obra, isso é mesmo lavagem cerebral.
Portanto, a paz é mantida no país, não pela força das armas (embora também seja), mas sim pela força das palavras ditas em forma de discurso por Fidel Castro.
O que notei ao falar com os habitantes, é que muitos, mas muitos mesmo, adoram e concordam com a política do “senhor”.
Outros, concordam, mas “apelam” a uma maior abertura, e, outros ainda são completamente contra e por isso falam em sussurro, com receio que eles próprios ouçam as suas palavras, os seus lamentos.
Em Havana, como aliás no resto do país, é notório o grande carinho e admiração por Che Guevara, o argentino que esteve ao lado de Fidel Castro na revolução cubana como médico da expedição e também como cronista.
Grande amigo e defensor das causas de Fidel e de Cuba, Che Guevara ocupou o lugar de presidente do banco nacional de cuba, quando a revolução terminou e Fidel ficou no governo do país.
Foi assassinado na Bolívia em Outubro de 1967, quando lutava pelo movimento guerrilheiro boliviano.
Muitas e belas canções dedicadas a ele, são cantadas nos bares e pubs de havana, enquanto de desfruta de uma bebida típica do país, como o caso do Daiquiri, ou do Mojito.
Esta ultima era a preferida de Ernest Hemingway, que celebrizou a Bodeguita del Médio, com a sua presença assídua enquanto escrevia, entre outros, “Por quem os sinos dobram”.
Adorei Havana, cidade rica em história e cultura, e, claro, como grande consumidora que sou, não podia deixar de mencionar a Feira de Artesanato, onde podemos encontrar pinturas magníficas, e, bijutaria manual de extrema qualidade e bom gosto.
De Havana, seguimos para Guamã, e, aqui tenho de falar de um sítio encantador “Lagoa del tesoro”.
Um passeio magnifico pelos canais verdejantes que nos levam a uma lagoa, povoada por esculturas que são verdadeiros tesouros.
Trinidad (outra paragem obrigatório) encantou-me, não só, pelo estilo colonial, mas acima de tudo pelo calor humano.
Pessoas verdadeiramente amorosas.
Uma particularidade interessante, era o facto de, em todos os locais que visitávamos, éramos brindados com uma bebida local (daiquiri, mojito, rum simples, ou rum + cola), isto desde a primeira hora do dia.
Equivale a dizer que andávamos sempre com um sorriso “estúpido” nos lábios.
Outra coisa que me encantou, por todas as cidades de cuba por onde passei, foram as tabernas (bodeguitas) sempre animadas com excelentes músicos a cantar para os clientes, ás vezes só dois ou três, mas a musica e o sorriso eram os mesmos se estivessem a actuar para uma grande plateia.
Uma situação que me perturbou, foram os rostos tristes e apagados das jovens mulheres que trabalhavam numa fábrica de charutos em Cienfuegos.
Um sitio escuro e poluente, aquele cheiro e aqueles rostos, ficaram marcados, até hoje na minha mente.
Claro que falar de Cuba sem falar de Varadero, seria quase impossível, até porque foi aqui que vivi alguns bons momentos da minha vida.
Sim, diverti-me muito nos passeios feitos de catamaran por aquelas águas límpidas e transparentes, onde começávamos a beber cuba-libre logo de manhã como se fosse água.
O almoço era servido em pleno mar, junto ás piscinas naturais onde nos deliciávamos a nadar, em especial antes do almoço, porque depois raramente nos aventurávamos, tão enfartados que estávamos da “comida” que tínhamos “bebido”.
Á tarde quando regressávamos uns cantavam e dançavam enquanto outros dormiam o sono da ressaca.
Nestes barcos de recreio era comum encontrar jovens formados em medicina, enfermagem, engenharia, ensino e outras formações superiores.
Estavam ali, não porque não tinham colocação na sua área profissional, mas porque ali conseguiam “alcançar” pesos convertidos que tanto ansiavam para poderem comprar bens alimentares de primeira necessidade para as suas famílias.
Não que nos sector do turismo os parcos salários fossem efectuados nesta moeda, mas porque, contavam com a generosidade dos turistas na hora de darem as “propinas” (gorjetas).

(....................continua............................)


Andando por Havana .....


Umas compras no mercado de rua...

Não foi facil .... não .... brrrrrrr


Distribuindo caramelos pelas crianças...


Expressões tristes numa fabrica de charutos ...

Cuba é musica....

Aqui cantava-se "El Comandante"... lindo!!!


Mais musica ... mais alegria....


Fotos tiradas por Joe Santos

Imagem da bandeira retirada da Internet

sábado, 14 de julho de 2007

Cruzeiro a Marrocos - 1995

Paquete Funchal

De facto a minha viagem a Marrocos foi muito atribulada.
Embarquei no paquete Funchal num final da tarde de uma quinta-feira, após um dia de trabalho anormal.
Sentia-me cansada e com vontade de me deitar na cama e ficar ali a dormir toda a noite sossegadinha.
Mas nem pensar, foi tomar duche a correr, pegar nas malas e ir para o cais de Alcântara ao encontro do bem-dito barco que me levaria num passeio turbulento pelas águas do oceano.
Quem costuma fazer cruzeiros sabe que temos de levar “toneladas” de toilletes diferentes para apenas 5 dias, parece anedota, mas não é …. parece disparate e é….
Dia completo que se passe a bordo, são pelo menos 5 mudas de roupa diferentes, em especial as mulheres, porque nisso os homens têm sorte, ninguém repara se trazem à tarde a mesma camisa que traziam de manhã.
E assim, após o adeus habitual aos ilustres desconhecidos que se encontram no cais a ver o barquito zarpar, é um corre - corre para os camarotes para trocar de roupa.
Depois é ver chegar ao salão de jantar as damas e os cavalheiros em trajes de gala.
Não deixa de ter uma certa piada, faz de facto lembrar as cenas da série televisiva “o barco do amor”.
O jantar decorreu com cerimónia e elegância, e, passámos depois ao bar para assistir à actuação de uma excelente cantora, acompanhada por um não menos excelente pianista.
Aqui, enquanto saboreava um licor, e, começo finalmente a relaxar da correria daquele dia, eis que, de repente começo a sentir uma sensação estranha, um mau estar inesperado.
Quando me levanto para ir à casa de banho, sinto umas tonturas enormes aliadas a sensações de vómito.
“Não acredito”, estou a enjoar, e agora 5 dias enjoada!!! “Por favor, levem-me de volta para a minha casinha”.
Mas ninguém me ouve, ninguém me vê, ninguém quer saber de mim, da minha angústia, do meu sofrimento.
Ninguém é exagero, o meu companheiro, triste por me ver assim, acompanha-me, contra a minha vontade, até ao camarote.
No caminho cruzamos com um jovem camareiro, disposto a ajudar, e, insisto para o meu companheiro voltar ao bar.
Assim faço o resto do percurso na companhia do jovem, que verdade seja dita, foi muito prestável, passou horas comigo a fazer-me comer bolachas de água e sal e maçãs verdes.
“Assim passa mais rápido” dizia ele, a verdade é que não passava nada, a verdade é que não passou nos dias seguintes, nem mesmo com os comprimidos que ele me deu.
Tristeza a minha.
No dia seguinte, ansiosa por sair daquele baloiço, somos dos primeiros a sair do barco, para colocar os pés em terras de Marrocos.
Mal tinha colocado os pés em solo e estava a habituar-me à firmeza da terra, somos literalmente, arrastados por um “bando” de jovens a gesticular e a gritar palavras que me soaram desconexas aos ouvidos.
De repente, foi como se não tivesse saído do barco, senti-me a balançar novamente, senti-me enjoada e confusa.
Fiquei indecisa se voltar para o barco, ou deixar-me arrastar por aqueles jovens barulhentos.
Venceu a segunda opção. O meu companheiro negociou um preço com um dos jovens que nos pareceu mais velho, e, ele por sua vez escolheu outros dois do “bando”, e, assim, os outros desapareceram em direcção a outros turistas.
E lá fomos nós, ilustres desconhecidos, ladeados por 3 body guard franzinos de palmo e meio.
Visitámos os principais pontos turísticos, Medina, e Mesquitas, mas mal nos distraíamos um pouco, já eles nos estavam a conduzir para armazéns de venda de tapetes.
Sem me aperceber estava dentro de um armazém enorme.
Vários turistas de rostos tristes e resignados, sentados em cadeiras ao redor da parede, enquanto no centro os vendedores estendiam e mostravam tapetes.
Sentámo-nos, como os outros e colocam-nos nas mãos um copo de chá a ferver.
Espertos, só para arrefecer o chá era preciso pelo menos uma hora, e, quase outra para o beber, assim garantiam que os espectadores forçados estariam ali a levar seca ate à completa demonstração e lavagem ao cérebro no intuito de comprar pelo menos um, mesmo o mais barato.
Azar o deles e o meu.
O calor que se fazia sentir no armazém, misturado com o pó levantado pelos tapetes e pelos cheiros das tintas e dos incensos intensos, puseram-me a cabeça a andar à roda.
Enjoada!!! Estava outra vez enjoada!!!
Quase a desmaiar fui levada em braços para a rua, onde recebi um bafo quente e húmido, que em nada me ajudou.
Valeu-me um café com uma ventoinha onde pude assim refrescar-me um pouco e descansar.
O dia seguinte passado em Casablanca foi o único desta viagem em que não enjoei, e assim pude desfrutar da praia, dos passeios, e, ate de um bom almoço.
Foi aqui que pude finalmente falar com algumas pessoas locais e perceber um pouco do seu modo de vida, dos usos e costumes destas gentes.
Uma particularidade é que todos tratavam as mulheres portuguesas por “Fatma”, e, os homens portugueses por “João”, ninguém conseguiu explicar porque, faziam-no porque outros o faziam.
Infelizmente, devido ao meu permanente e incómodo estado enjoativo, não desfrutei desta viagem, nem apreciei os cheiros e sabores exóticos desta terra.
Nem perguntei aqueles com quem me cruzei, como viam as diferenças abismais entre o modo de vida opulenta de uns e a miséria de outros.
Nem perguntei ás mulheres de rosto coberto se o faziam porque eram obrigadas a isso, ou, se o faziam por que a sua ideologia religiosa as induzia a andar daquela forma.
Tão pouco perguntei a estas mulheres se concordavam em ser a 2ª, 3ª ou 4ª esposa dos seus maridos, ou à 1ª o que sentiu quando o seu marido resolveu desposar a 2ª, a 3ª ou a 4ª.
Tanto que não perguntei, tanto que já li sobre estes assuntos, e, tantas duvidas que continuo a ter.

Um dia perguntarei …….. Um dia quando regressar aquela terra ……
Mas não irei de barco!!!

Café Casablanca
Aqui estava-se mesmo bem


Obra de Arte estes azulejos


"quem quer água?" (aguadeiros)

Hora da papinha ... pombinhos...


Quem resiste a umas marroquinices?
Fotos tiradas por Joe Santos
Imagem paquete retirada da Internet

domingo, 8 de julho de 2007

Madeira 1994

O que dizer do meu passeio pelo jardim de Portugal, que, diga-se de passagem, cada vez está menos português segundo vontade expressa desse outro Jardim (Alberto João, entenda-se).
Pois já lá vão muitos anos, e, remexendo no baú de recordações, que é a nossa memória, lembro-me que o primeiro sentimento que tive quando cheguei à Madeira, foi de medo.
Sim, medo daquele aeroporto, tive a sensação que o avião ia aterrar fora da pista, valeu-nos o piloto com a sua experiência.
O clima tropical que nos proporciona deslumbrantes paisagens naturais de vários tons de verde, deixou-me em êxtase, sem dúvida que adoro esta cor.
Assim como adorei as cores múltiplas das diferentes variedades de flores existentes no mercado, irresistíveis mesmo.
Claro que no último dia, em vez de bananas e ananases, trouxe umas caixinhas de “estrelícias”.
Obviamente que não podia deixar de falar no calor humano que senti por parte daquelas pessoas.
E também, claro está, não podia deixar de me referir ás noites da Madeira, mas que belas noites eu passei naquela ilha.
Dançar até de madrugada, e, depois …. bom depois havia que apagar o fogo provocado pela musica, pela bebida, pela dança….
Mas é bom que se perceba que a idade era outra …. hoje em dia, ou danço ou “apago fogos”.

Encontrei este poema, numa página da Internet “poetinha”, achei muito bonito, e também que se enquadra perfeitamente na natureza da ilha da Madeira, e, por isso resolvi transcrevê-lo.

Espero que gostem...

Um Beijo
Vitória


Natureza, um caminho aberto
Era manhã,
O sol despertara lentamente
E, por meio de uma brisa
Fresca, calma, suave,
Se anunciava a primavera
Os pássaros cantavam
Trazendo aos nossos corações
Esta beleza primaveril
As flores
Lançando sobre a natureza
O seu perfume, o seu brilho
Proclamavam a liberdade
Incentivando-nos, guiando-nos
Por meio desse ideal
Desse gigante jardim
Colhendo belas flores
Para que, guiados pela natureza,
Possamos chegar alegres
Ao ponto que a natureza
Nos dignificou e para que
Possamos elevar-nos
E gritar que o amor,
A alegria e a amizade
Finalmente se lançaram
Sobre nossos corações
Pela alegria da natureza
Em torno de nossas vidas
(Poetinha)


Ah que sensação de Paz...

Quando for pequenina quero uma casinha destas....



Perdi-me a olhar e encontrei-me nos pensamentos



Como adoro a natureza...


Não quero o "Jardim" na minha casa ... mas umas orquideas sim...



Vai um sorrizinho para a fotografia....

Fotografias tiradas por Joe Santos
Imagem retirada da Internet

terça-feira, 19 de junho de 2007

Chegou o Momento


No Alentejo



Na Muralha da China



Chegou o momento!!!


O momento de criar um espaço onde posso publicar as fotos das diversas viagens que tenho feito ao longo da minha vida, e, claro falar sobre elas, sobre as pessoas que conheci, sobre as coisas que vi e que senti..


Não sei se será um tema de grande interesse para os meus "supostos" futuros leitores, portanto será algo que farei como se de um diário de recordações se tratasse.

Agora que venha a inspiração e o tempo necessários à escrita!!!


Até Breve

Vitoria